domingo, 24 de agosto de 2014

Pelo direito de cometer erros...

Nós, seres humanos, somos pó: falhos, fracos.
Reconhecer nossa fabilidade humana é uma benção! 
Entender que somos sujeitos a errar é a maior descoberta da maturidade!

Quando somos jovens, cheios de sonhos e ideais; traçamos pra nossa vida um padrão de comportamento que achamos desejável. 

Nossa cultura, religião e vida familiar moldam  em nós padrões de comportamento que vão nos acompanhar e influenciar nossos atos e decisões por toda a vida.

A medida que o tempo passa, que a vida acontece; vamos descobrindo que nem tudo sai exatamente como no script. Vemos que muita coisa só funciona no mundo das ideias e que o padrão traçado pra ou por nós está longe da realidade.
A opinião dos pais, irmãos e pessoas idosas que nos viram crescer, geralmente tem um peso forte sobre nossas decisões e ações.
A opinião e o julgamento dos nossos amigos também nos cerca diariamente.
Até mesmo os vizinhos e os colegas do trabalho conseguem exercer uma pressão sobre as nossas atitudes.

Quando cometemos um erro, muitas pessoas ao nosso redor se levantam para nos acusar. 
Mas, na maioria das vezes, nós mesmos colocamos uma carga muito grande de peso sobre os nossos ombros. 

Alguns de nós se impõem uma rotina de busca da perfeição que é impossível de viver. E assim, a verdade é que muitos de nós arrastam-se pela vida cheios de culpa e peso desnecessário.

A vida é cheia de escolhas. Todos os dias  nós somos convocados a dizer sim ou não para uma série de coisas. Acredito que a maioria das pessoas tenha em mente ser bom, honesto, fiel, responsável, correto. 
No geral, um adulto saudável emocionalmente não erra deliberadamente; não faz mal por querer, não planeja ou maquina na mente o erro. Mas vez ou outra, nós nos encontramos em situações adversas e nossa reação nem sempre é a correta, a melhor, a desejável aos olhos do senso comum.

A vida acontece em cada segundo, acontece na interação entre seres humanos imperfeitos, cheios de falhas, defeitos, desejos. Nem sempre é possível manter o padrão que traçamos quando tudo começou. Nem sempre é possível atender às expectativas das pessoas que nos cercam. Nem sempre é possível reagir dentro dos limites das tradições familiares e religiosas que nos propomos a seguir.

A gente tenta; mas....

Cada um precisa compreender que vai errar, sim!
Que mesmo que tente ser bom, leal, correto; nunca vai ser perfeito.
Faz parte da nossa condição humana! 


Eventualmente vamos errar!

O que não pode acontecer é ter medo de agir por medo de errar.
Um medo paralisante que tira a coragem de arriscar e de experimentar coisas novas.

Quando temos medo, perdemos o melhor da vida! 
Deixamos de conhecer coisas e pessoas novas.
Deixamos de vivenciar experiências transformadoras.
Deixamos de ser felizes.

Acredito que a graça da vida e a forma de conseguir sobreviver sem culpas massacrantes é compreender a nossa fabilidade... Partir do pressuposto de que não precisamos ser perfeitos. 

Cada ser humano precisa aprender a lidar com o fato de que não vai ser perfeito. De que vai errar e de que vai magoar o outro, vez ou outra. E além disso, algumas das nossas escolhas podem provocar reações diferentes das que esperávamos por parte dos outros.


Precisamos entender que não temos a obrigação de atender às expectativas das outras pessoas. 
Não somos os anjos da guarda da mente dos outros.
Existe um limite entre me preocupar com o próximo.. Ajudá-lo... Servi-lo... e deixar de viver para evitar que o outro se frustre, se magoe e/ou se decepcione comigo. Porque isso vai acontecer, fora do nosso controle e eventualmente, sem que tenhamos planejado... 
Mesmo com todo cuidado, vamos cometer um erro em algum momento de nossas vidas.
Não somos os guardiãos de ninguēm. Nem mesmo dos filhos, nesse sentido. Não é possível cercar os nossos parentes, entes queridos, vizinhos, colegas, etc... a ponto de protege-los de todo tipo de decepção conosco. 

As pessoas precisam aprender a nos respeitar e colocar as próprias expectativas delas em relação a nós numa perspectiva correta. Nem tudo o que esperam de nós, vai acontecer! Nem tudo o que traçaram pra nós como bom, justo, verdadeiro é realmente o melhor pra nós! Sem mencionar que elas também estão sujeitas à fabilidade inerente ao ser humano!

E assim, nós também precisamos aprender a nos respeitar.. Como humanos e falhos... 


Impor sobre nós uma carga exagerada de perfeição e de preocupação com o bem estar do outro é insanidade. E certamente, fonte de frustração.
Ninguém é feliz assim, de verdade.

No dia a dia, cada um deve se esforçar para fazer o melhor, para plantar o bem, para ser correto nas suas relações; mas eventualmente decisões erradas serão tomadas, pessoas serão magoadas, outras não vão concordar com nossas escolhas ou com algo que fazemos ou nós mesmos vamos nos arrepender depois de fazer algo.

Mas isso é vida real!
Isso é ser agente ativo da própria vida.
Isso é ter maturidade. 

Mesmo que erremos, sempre existe um jeito de recomeçar.
Mesmo que erremos, vai ter valido a pena ter agido!
E mesmo que erremos, perdão está aí, de graça, pra ser pedido.

Que não tenhamos medo nunca! E se houver medo... Vamos com medo mesmo!!!
Que não sejamos acusados de covardes!
Que sejamos donos do nosso destino!
Que sejamos humanos, falhos, débeis... 
Mas que sejamos agentes dos nossos sonhos...

Que sejamos falhos, mas cheios de iniciativa, cheios de vida e felizes!!!

Ass: Sal, que sabe que vai cometer muitos erros ainda.....






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